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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ídolos, construção humana

Creditos: redação com Ed Rocha 

Um tornado chegou ao Brasil  no dia 01/11/13, o tornado denominado Justin Bieber passou  por aqui e deixou seus rastros,  mesmo depois de uma semana ainda causa burburinho inclusive com repercussão pelo mundo todo.Quanto as suas atitudes pessoais de pichação, visita a boate erótica e o vídeo de garota 'sexy' que ainda são a grande febre de  críticas, estas não me chamaram tanto a atenção,  até porque ele é maior e consciente de suas ações, mas a questão que me atraiu foi outra crítica formulada no Facebook pelo cantor Tico Santa Cruz da banda Detonautas:
“Justin Bieber cobra 3 mil reais para tratar suas fãs feito gados sendo enviados para o abatedouro. Cada um tem o ídolo que merece. Me recuso a crer que alguém que tenha consideração por seus fãs cobre algum dinheiro para recebê-los no camarim. Prática ridícula, já adotada por alguns artistas brasileiros. Vergonha continua.”[1]. 
 A frase em negrito que destaquei “cada um tem o ídolo que merece” é questão fundamental que quero trabalhar. Reflitamos! O que é um ídolo?
Para responder esta questão quero partilhar aqui uma a definição de idolatria dada pelo teólogo belga Adolphe Gesché:
                                                                                              
          “A idolatria é assim exatamente o que leva a renunciar a si mesmo ao seu ser profundo, para se deixar dominar por aquilo que aliena e desapropria a si mesmo”[2].      

           Ter um ídolo é negar sua imagem de filho de Deus, é negar a própria vocação  é anular o sentindo da própria existência, a situação piora  com relação  o mérito de ter um ídolo, que sempre será um demérito, ou seja, nunca trará salvação, vida plena.           
           A Bíblia fala desse ídolo, mesmo que muitos reduzam a questão do ídolo a simples construção de imagem, o texto bíblico ultrapassa essa realidade. O próprio Gesché vai dizer que o texto bíblico ao mencionar a luta contra idolatria não se refere apenas há uma questão prática, mas uma questão de salvação. “ Não terás outros deuses diante de mim”(Ex 20,3), ou seja, “Tu terás um único Deus”, que é diferente da fórmula filosófica “Há apenas um Deus”. 
           Muitos deuses são concretamente possíveis e existem, mas é para a nossa salvação que devemos escolher aquele que merecemos e que não falseie a nossa imagem[3]. Estamos numa geração de ídolos da música, do futebol, do basquete, da moda, do mundo empresarial, do dinheiro, do poder, da fama, do imediatismo. E de certa forma todos nós criamos um ídolo para nós, portanto, não se exclui ninguém desta realidade.       
            Justin Bieber é apenas um ídolo das massas, que devido a este modo de ser ídolo torna-se totalmente evidente. Mas como vimos ele mesmo tem seus ídolos, e seus ídolos que o tornam a pessoa que é.           
            E os nossos ídolos? Que tipo de pessoa eles nos tornam? No campo religioso quantos falsificam o verdadeiro Deus, e nesse caso o erro é tão grave porque a verdade torna-se falsificada  e essa realidade  é fruto de um desejo transformado em necessidade.
         E quem é o Deus verdadeiro? Para nós cristãos podemos dizer sem sombra de dúvidas. É aquele que professamos no Símbolo de Fé Niceno-Constantinopolitano, “Creio em um só Deus” utilizo essa expressão não porque a expressão "Creio em Deus" esteja errada, mas porque ao professar que "Creio em um só Deus" eu me sinto comprometido com Ele, pois é fruto da minha escolha, por isso  o confesso, e não simplesmente porque é verdadeiro e único, mas porque, ele não me falsifica e permite que  me construa, faz com que  saia de mim mesmo sem que me perca de mim mesmo, porque saindo de mim,  me descentralizo e Deus torna-se meu centro e por isso consigo ir até o outro.                  

      Paz e bem!

      Ed Rocha
   
[1] Maria Luísa Gomes. Tico Santa Cruz critica Justin Bieber por cobrar acesso aos bastidores de seu show: “Prática ridícula”< http://www.theunderdogs.com.br>. Acessado em 08/09/2013
[2] GESCHÉ, Adolphe. Deus. São Paulo: Paulinas, 2004. (Coleção Deus para pensar; 3). p.140.

 [3] Ibdem, p.142.



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