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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Catequese, Alegria do Evangelho

No final do ano passado o Papa Francisco trouxe a todos os católicos uma pérola preciosa que objetiva a missão de Evangelizar com Alegria. Mesmo com os percalços da caminhada o anúncio do Reino de Deus nunca deve cair no desânimo, tristeza e lamúria. Esta pérola é a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, a alegria do Evangelho. O documento é fruto da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, que reuniu 170 bispos do mundo inteiro em Roma em outubro de 2012.
Nesta exortação o Papa enfatiza que além do encontro e do diálogo, os cristãos têm o dever de anunciar o Evangelho “sem excluir ninguém, não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria".
O Papa Francisco diante do anúncio do Evangelho não descarta o crescimento da fé, pois é consequência do anúncio germinar um caminho de formação e amadurecimento.
É neste contexto que ele insere a catequese como serviço de crescimento da fé, devido seu  o papel fundamental  ser o primeiro anúncio ou querigma. É o catequista responsável por fazer ressoar o primeiro anúncio, que consiste em testemunhar que Deus nos ama, a partir de Jesus Cristo, que com sua vida, morte e ressurreição, nos revela e comunica o amor do Pai e o Espírito Santo é o que nos faz crer nessa verdade.
Mas o Papa não para por aí, e exorta que o querigma por designar-se como primeiro anúncio, durante o processo catequético não deve ficar esquecido lá trás, mas que de uma forma ou de outra sempre tem que voltar durante a catequese.
Isso porque nada é mais sólido, profundo e seguro que o anúncio do querigma, e que toda formação nada mais é do que o aprofundamento do querigma que sempre é luz na tarefa catequética e permite compreender adequadamente qualquer tema desenvolvido na catequese.
A centralidade da catequese no querigma faz com que haja a superação de uma catequese fundada somente na doutrina, na qual muitas vezes leva à uma imposição da verdade em  uma catequese que exprime o amor salvífico de Deus conduzindo o catequizando a uma adesão à Cristo por meio da liberdade gerando uma vivência do Evangelho pautada na alegria, entusiasmo, abertura ao diálogo e comunhão.
O Papa Francisco cita outra característica da catequese que é a iniciação mistagógica que consiste na percepção de Deus como transcendente e absoluto, que está além da razão, mas, que misteriosamente está presente em nosso meio e no nosso coração. Por isso o processo mistagógico deve conduzir o catequizando à uma renovada valorização do sinais litúrgicos da iniciação cristã.
Sendo o encontro catequético centrado na Palavra e anúncio dela é necessário a ambientação adequada e uma motivação atraente dos símbolos para o crescimento e integração de todas as dimensões do catequizando num caminho comunitário de escuta e resposta.
Outra dimensão catequética citada pelo Papa é a "via da beleza" que consiste em mostrar que crer em Cristo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo. Nesta perspectiva, o uso da beleza é condição para que a verdade e a bondade do Ressuscitado possa resplandecer no coração do catequizando.
É desejável que cada Igreja dentro da sua realidade incentive o uso das artes evangelizadoras, interligando o passado com o presente renovando a linguagem da fé em uma nova linguagem.
A transmissão da Palavra no âmbito da beleza é inspiração para o catequista para que tenha coragem de encontrar novos sinais e novos símbolos para o anúncio da Palavra nas diversas esferas culturais mesmo que para o catequista o sinal de beleza lhe pareça pouco significativo, mas é particularmente atraente para os outros.
Francisco conclui que a proposta da catequese é um convite ao crescimento da fé de modo que o Evangelho se torne um estilo de vida, é o catequista o  guardião do bem  e da beleza  e mensageiro alegre dessa proposta que resplandece de sua própria vida.

Fonte: EG. 160-168

Redação: Ed Rocha

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